sexta-feira, 23 de março de 2007

Globalização e ideologia

Conceituar e compreender o que seja globalização não é tarefa simples. O fenômeno – ou melhor, o processo – não se expressa de forma organizada, estruturada. Seu sujeito oculto, “o mercado”, é um ordenador invisível, com regras sem paternidade impostas pelas forças dos fatos, quase como se fossem leis da natureza (GORZ, p.25; DUNNING).
Os atores mais aparentes da mundialização são os grandes grupos econômicos transnacionais. Eles vivem hoje dias de glória. São metamorfoses das multinacionais dos anos 60 e 70 (que se instalavam em outros países para atender a demandas internas quase sempre defendidas por fortes barreiras às importações).
Com a liberalização crescente dos mercados de bens, serviços e capitais – que as próprias transnacionais fomentam e de que são beneficiárias –, elas vêm se configurando como estratégias empresariais planetárias. Apoiam-se no domínio de tecnologias de ponta; em modelos informatizados de gestão, inclusive à distância; no acesso fácil aos mercados financeiro e de capitais; no apelo de marcas e nomes de prestígio, sustentadas por mídia igualmente globalizada. Pouco importa onde se situam seus quartéis e comandos (sequer há muito interesse em divulgá-los). De qualquer lugar, as transnacionais coordenam redes mundiais de fornecedores, plantas de montagem e cadeias de vendas, dispersas por vários países segundo critérios de localização e regionalização que livremente estabelecem.


Fonte: http://www.fundaj.gov.br/clacso/paper02.doc

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